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domingo, 11 de março de 2012

ESTUDOS DA LOJA CONDE DE SAINT GERMAIN E CURSO DE INTRODUÇÃO À TEOSOFIA NESTA SEGUNDA-FEIRA, DIA 12 DE MARÇO DE 2012

Olá a todos!  


Como combinamos, vocês podem encontrar aqui os estudos das Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnet e esquemas da aula de hoje do curso de teosofia.


Sejam bem-vindos e, quem quiser, compareça!


Um abraço,


Zarifa Mattar.



CARTAS DOS MAHATMAS PARA A. P. SINNET

Carta Nº 001

Em “O Mundo Oculto”, pags. 98/99, A. P. Sinnet explica o que ele escreveu em sua primeira carta ao Mahatma e por que o escreveu. Apesar de não ter dúvidas da autenticidade dos fenômenos realizados por H.P.B. durante o verão de 1880 em Simla, ele sentia que eles nem sempre eram amparados pelas garantias necessárias e que não seria muito difícil para um cético radical lançar dúvidas quanto à sua validade. Ele estava ansioso pela produção de alguns fenômenos que, como ele dizia, "não deixariam possibilidade alguma de pensar em embuste". Ele pensava que os próprios "Irmãos" não poderiam sempre compreender a necessidade de tornar os seus fenômenos probatórios incontestáveis em cada mínimo detalhe.

Assim, Sinnett decidiu sugerir em sua primeira carta para o Mahatma um teste que, em sua firme convicção, seria absolutamente à prova de qualquer tolo contestador e não poderia deixar de convencer até o maior cético. Esse teste era a aparição simultânea em Simla (na presença do grupo de lá) de um exemplar do mesmo dia, das edições do "London Times" e do "The Pioneer".

Naquela época havia, entre Londres e Índia, uma demora de comunicação de pelo menos um mês, a não ser pelo telégrafo e teria sido obviamente impossível telegrafar todo o conteúdo do "The Times" para a Índia ao mesmo tempo que em Londres. Além disso, um fato como esse só poderia ser feito chamando a atenção de todo mundo.

Depois de ter escrito a carta e entregá-la a H.P.B., transcorreu um dia, mais ou menos, antes que tivesse qualquer notícia a respeito. Finalmente, H.P.B. disse que ele iria ter uma resposta. Isso o deixou tão animado que decidiu escrever uma segunda carta, achando que, talvez, ele não tivesse sido suficientemente incisivo na primeira, a ponto de convencer o seu correspondente.

Um dia depois, ele achou em sua escrivaninha, durante a tarde, a primeira carta do Mahatma K.H. Ele respondia a ambas as cartas.

Prezado Amigo e Irmão,

Justamente porque o teste com o jornal de Londres fecharia a boca dos céticos - ele é impensável. Entenda isto como quiser - o mundo está ainda no seu primeiro estágio de libertação, senão de desenvolvimento e, portanto, despreparado. É verdade que nós trabalhamos usando meios naturais e não sobrenaturais. Mas, como de um lado a Ciência se encontraria incapaz (no seu estágio atual) de explicar as maravilhas feitas em seu nome e de outro lado, as massas ignorantes, ainda assim, veriam o fenômeno como se fosse um milagre, qualquer um que testemunhasse a ocorrência ficaria desequilibrado e os resultados seriam deploráveis. Acredite-me, isso ocorreria - especialmente para você, que teve a ideia e para a devotada mulher que tolamente corre em direção à ampla porta aberta que leva à notoriedade. Essa porta, mesmo aberta por mãos tão amigas quanto as suas, se transformaria, em pouco tempo em uma armadilha – e, na verdade,
fatal para ela. E esse não é, certamente, o seu objetivo (?).

Loucos são aqueles que, especulando apenas sobre o presente, voluntariamente fecham os olhos para o passado, quando já são naturalmente cegos para o futuro! Longe de mim a ideia de incluir você entre esses - portanto eu tentarei explicar a situação. Se cedêssemos ao seu desejo, você sabe realmente quais seriam as consequências? A inexorável sombra que segue todas as inovações humanas se movimenta e, no entanto, poucos são aqueles que estão, de algum modo, conscientes de sua aproximação e de seus perigos. O que poderiam esperar aqueles que gostariam de oferecer ao mundo uma inovação que, devido à ignorância humana, se fosse considerada autêntica, certamente seria atribuída àqueles poderes das trevas em que dois terços da humanidade acreditam com temor? Você diz que a metade de Londres seria convertida se você pudesse entregar ao público de lá, o jornal Pioneer no mesmo dia de sua publicação. Permita-me dizer que, se as pessoas acreditassem que a coisa era verdadeira, eles o matariam antes que pudesse dar uma volta no Hyde Park e se elas não acreditassem, o mínimo que poderia acontecer seria a perda de sua reputação e de seu bom nome, por propagar tais idéias.

O êxito de uma tentativa do tipo que você propõe, tem que ser calculado e baseado num profundo conhecimento das pessoas à sua volta. A atitude das pessoas diante dessas questões mais profundas e misteriosas, que podem sensibilizar a mente humana - os poderes deíficos no homem e as possibilidades contidas na Natureza. Quantos, mesmo entre os vossos melhores amigos, daqueles que o rodeiam, têm mais do que um interesse superficial nesses assuntos tão complexos? Você poderá contá-los nos dedos da sua mão direita. A sua raça se vangloria de ter libertado no seu século o gênio há tanto tempo aprisionado na estreita garrafa do dogmatismo e da intolerância - o gênio do conhecimento, sabedoria e do livre pensamento. E diz que o preconceito ignorante e o fanatismo religioso, colocados numa garrafa, como um gênio maléfico e lacrados nela por Salomões da Ciência, repousam no fundo do mar e nunca mais poderão escapar para a superfície e reinar sobre o mundo como fizeram no passado; que a opinião pública está completamente livre, em resumo e pronta para aceitar qualquer verdade, que seja demonstrada. Ah, sim, mas isso é realmente verdade, meu respeitável amigo? O conhecimento experimental não surgiu em 1662, quando Bacon, Robert Boyle e o Bispo de Rochester transformaram, mediante uma autorização real, o seu "Colégio Invisível" numa sociedade para a promoção da Ciência experimental. Eras antes de a existência da Royal Society se tornar uma realidade, sob o plano de um Esquema Profético, um anseio inato pelo oculto, um apaixonado amor pela Natureza e o seu estudo levaram homens de várias gerações a experimentar e mergulhar nos seus segredos de modo mais profundo que os seus contemporâneos. Rome ante Romulum fuit2, é um axioma que nos foi ensinado em suas escolas inglesas. As pesquisas abstratas dos problemas mais complexos não nasceram no cérebro de Arquimedes como um assunto espontâneo e até então inédito, mas sim como um reflexo de investigações anteriores feitas na mesma direção por homens tão anteriores à época dele, quanto o grande Siracusano3 é anterior à época de você e muito mais. O vril de "A Raça Futura"4 foi propriedade comum de raças agora extintas. A própria existência dos nossos ancestrais gigantescos é agora questionada, embora nos Himavats5, no próprio território controlado por vocês, haja uma caverna cheia de esqueletos desses gigantes e as suas enormes carcaças, quando forem encontradas, serão invariavelmente consideradas como aberrações isoladas da Natureza. Do mesmo modo o vril ou Akás6, como nós o chamamos, é olhado como uma impossibilidade, um mito. E sem o completo conhecimento do Akas, de suas combinações e propriedades, como pode a Ciência encarar tais fenômenos? Não duvidamos que os homens de sua Ciência estejam abertos a novas evidências. No entanto, os fatos têm que ser em primeiro lugar demonstrados a eles, devem primeiro tornar-se propriedade deles, comprovando que são compatíveis a seus próprios modos de investigação, antes que estejam dispostos a aceitá-los como fatos. Basta você olhar o prefácio do texto "Micrografia", para descobrir, nas sugestões de Hooke, que as relações internas dos objetos tinham, do seu ponto de vista, menos importância que a ação externa dele sobre os sentidos - e as excelentes descobertas de Newton encontraram nele o seu maior oponente. Os modernos Hookes são muitos. Assim como esse homem erudito, mas ignorante em relação às épocas anteriores, os seus homens modernos de Ciência estão menos dispostos a sugerir uma conexão física dos fatos, que lhes poderia revelar muitas das forças ocultas na Natureza, do que produzir uma cômoda "classificação das experiências científicas", de modo que a qualidade mais essencial de uma hipótese não é que ela deva ser verdadeira, mas apenas plausível - na opinião deles.
Até aqui sobre ciência – com base no que conhecemos dela lhe basta. Quanto à natureza humana em geral, ela é igual agora ao que era há um milhão de anos atrás: preconceito baseado no egoísmo; uma resistência generalizada a renunciar à ordem estabelecida em função de novos modos de vida e de pensamento - e o estudo oculto requer isso e muito mais - orgulho e uma teimosa resistência à Verdade, quando ela abala as suas noções prévias das coisas - tais são as características de sua época, especialmente nas classes inferiores e médias. Quais seriam, portanto, os resultados dos fenômenos mais surpreendentes, supondo que tivéssemos concordado com a sua produção? Por mais bem sucedidos que fossem, o perigo cresceria proporção direta ao êxito. Em pouco tempo, não haveria alternativa, exceto continuar, sempre num crescendo, ou cair numa infindável luta com o preconceito e a ignorância e ser destruído pelas suas próprias armas. Um teste após outro seriam solicitados e teriam que ser feitos; e se esperaria que cada fenômeno fosse mais maravilhoso que o anterior. Você diz todos os dias que não se pode esperar de alguém que acredite, a não ser que seja uma testemunha ocular. Seria suficiente o tempo de vida de um homem para satisfazer um mundo inteiro de céticos? Pode ser fácil elevar o número original de crentes em Simla, para centenas e milhares. Mas o que dizer das centenas de milhões de pessoas que não poderiam ser testemunhas oculares? O ignorante - incapaz de atingir os operadores invisíveis – poderia, algum dia, extravasar sua cólera nos agentes visíveis do trabalho; as classes mais altas e cultas continuariam a não acreditar como sempre, reduzindo vocês a nada, como até agora. Vocês como muito outros, nos culpam pela nossa grande reserva. Todavia, nós conhecemos algo da natureza humana, pela experiência acumulada ao longo de séculos - sim, eras nos ensinaram. E sabemos que, enquanto a Ciência tenha algo a aprender e enquanto restar uma sombra de dogmatismo religioso no coração das multidões, os preconceitos do mundo têm que ser vencidos passo a passo, sem atropelos. Assim como o passado remoto teve mais que um Sócrates, o vago futuro verá nascimento de mais de um mártir. A emancipada ciência desprezou a opinião de Copérnico, quando ele renovou as teorias de Aristarco de Samos6, - que afirmou que a "Terra se move circularmente ao redor do seu próprio centro" - anos antes que a igreja quisesse sacrificar Galileu como um holocausto à Bíblia. O melhor matemático na Corte de Eduardo VI, Robert Recorde - foi deixado morrer de fome na prisão pelos seus colegas, que riam do seu Castle of Knowledge9, declarando que as suas descobertas eram "vãs fantasias”. William Gilbert, de Colchester, médico da Rainha Isabel, morreu envenenado, porque esse verdadeiro fundador da ciência experimental na Inglaterra teve a audácia de antecipar Galileu, apontando a falácia de Copérnico quanto ao "terceiro movimento", que era seriamente apresentado como explicando o paralelismo do eixo de rotação da Terra! O grande conhecimento dos Paracelsos, dos Agrippas10 e dos Dees11 foi sempre contestado. Foi a Ciência que colocou a sua mão sacrílega sobre as grandes obras de "De Magnete"12, "The Heavenly White Virgen"13 (Akas) e outras. E foi o ilustre "Chanceler da Inglaterra e da Natureza” - Lord Bacon de Verulam - que, depois de receber o título de Pai da Filosofia Indutiva, permitiu-se falar de homens como os acima mencionados, chamando-os de "Alquimistas da Filosofia Fantástica”.
“Tudo isto é história antiga”, pensará você. É verdade; mas as crônicas dos modernos dias não diferem muito das suas antecessoras. Basta lembrar as recentes perseguições de médiuns na Inglaterra, a queima de supostas feiticeiras e bruxos na América do Sul, Rússia e nas fronteiras da Espanha - para confirmar a nós mesmos que a única salvação para os verdadeiros conhecedores das Ciências Ocultas é o ceticismo do público; os charlatões e os prestidigitadores são os escudos naturais dos "adeptos". A segurança pública só é mantida, porque mantemos secretas as terríveis armas que poderiam ser usadas contra ela, e que, como já foi dito a você, se tornariam mortais nas mãos dos perversos e dos egoístas.
Concluo lembrando a você, que os fenômenos pelos quais anseia, foram sempre reservados como uma recompensa àqueles que dedicaram suas vidas para servir a deusa Saraswati - a nossa Isis ariana. Se eles fossem oferecidos aos profanos, o que aos que são fiéis a nós? Muitas das suas sugestões são altamente razoáveis e serão atendidas. Eu ouvi atentamente a conversa que houve na casa do Sr. Hume. Os argumentos dele são perfeitos do ponto de vista da sabedoria exotérica. Mas, quando chegar o momento e ele puder ter um relance completo no mundo do esoterismo, com as suas leis baseadas sobre cálculos matematicamente corretos do futuro - os necessários resultados das causas que temos liberdade para criar e modelar à nossa vontade, mas cujas conseqüências somos incapazes de controlar, as quais, desta forma, se tornam nossos mestres – só então, tanto ele como você, compreenderão porque, para os não iniciados, nossos atos frequentemente parecem pouco sábios ou tolos, de fato.
Não poderei responder por completo sua próxima carta sem me aconselhar com os aqueles que lidam, normalmente, com os místicos europeus. Além disso, a presente carta deve satisfazê-lo em muitos pontos que você definiu melhor na sua última; mas também irá desapontá-lo, sem dúvida. Quanto à produção de fenômenos recentemente imaginados e ainda mais surpreendentes que foram pedidos a ela14 e que seriam realizados com nossa ajuda, você, como um homem que conhece estratégia bastante bem, deve ficar satisfeito com a reflexão de que pouco adianta conquistar novas posições até que as que já foram alcançadas estejam seguras e que os seus Inimigos estejam perfeitamente conscientes do seu direito à posse delas. Em outras palavras, você presenciou uma variedade maior de fenômenos - produzidos para você e seus amigos - do que muitos neófitos viram em vários anos. Primeiro, comunique ao público a materialização do bilhete, da xícara e dos diversos experimentos feitos com papéis de cigarros, e deixe que isto seja dirigido15. Faça-os trabalhar na busca de uma explicação. E como eles – a menos que usem a acusação direta e absurda de fraude - jamais serão capazes de explicar alguns dos experimentos, enquanto os céticos estão completamente satisfeitos com a atual hipótese deles sobre a materialização do broche – você terá feito então um verdadeiro bem para a causa da verdade e terá feito justiça para com uma mulher que sofre por tudo isso. Tratado isoladamente, como está sendo feito no Pioneer, o caso se torna que inútil passa a ser positivamente prejudicial para todos vocês -= tanto para você, como editor do jornal, como para os outros, se me perdoa por dar-lhe algo que parece um conselho. Não é justo nem para você, nem para ela que devido ao fato de que testemunhas oculares não parecem suficientes para chamar a atenção do público, o seu testemunho e o de sua esposa sejam considerados inúteis. Com vários casos combinados para fortalecer a sua posição como uma testemunha confiável e inteligente dos vários acontecimentos, cada um deles lhe dá um direito adicional de afirmar o que sabe. Isso impõe a você o dever sagrado de educar o público e prepara-lo para possibilidades futuras, abrindo gradualmente sua visão para a verdade. A oportunidade não deve ser perdida pelo fato de que sua confiança em seu próprio direito individual de fazer afirmações não seja tão grande como a de Sir Donald Stewart. Uma testemunha cujo caráter é bem conhecido tem mais peso que dez estranhos; e se há alguém na Índia respeitado pela sua confiabilidade, é o editor do Pioneer. Lembre-se que há somente uma mulher histérica que alega ter estado presente na suposta ascensão16, e que o fenômeno não foi nunca corroborado por sua repetição. Entretanto, durante quase 2000 anos, incontáveis milhões de pessoas depositaram sua fé no testemunho daquela mulher - e ela não tinha extrema credibilidade.
TENTE e trabalhe primeiro com o material que você tem e então nós seremos os primeiros a auxiliá-lo a obter novas evidências. Até lá, creia-me , serei sempre um sincero amigo seu,

KOOT' HOOMI LAL SINGH





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